..em Palmela
Da leitura do poema persa de Farid Ud-din Attar - A Conferência dos Pássaros - foram surgindo fragmentos, imagens disformes de seres que, consciente ou inconscientemente, deixei vaguear nos cenários que a imaginação artística elege. A lucidez do pensamento diurno conseguiu esclarecer e afastar, momentaneamente, o absurdo dessas imagens, mas a força caleidoscópica dessa caótica estranheza voltava sempre no silêncio que antecede o sono, tomando lugar da ordem e do método, obrigando-me a ceder.
Sete Sonhos de Pássaros tem sido, para mim, a mais intrigante de todas as obras em que me envolvi, ao ponto de não ter bem a certeza de ter sido eu próprio a coreografar.
Vasco Wellenkamp
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