segunda-feira, outubro 03, 2005

da minha janela...


Este é um dos quadros que mais aprecio. Talvez pela história e peripécia nele contida/escondida :-)
Há uns meses participei num workshop na Gulbenkian sobre o expressionismo e Mário Eloy tornou-se personagem principal nas conversas que se seguiram. Conhecia pouco da sua obra exceptuando os auto-retratos que sempre achei muita na onda de Almada Negreiros...ambos têm traços semelhantes.As suas obras eram dotadas de uma grande riqueza, quer na pigmentação cromática, na expressão e na própria alma. Podem visitá-las no CAMJAP (Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão) na Gulbenkian.
Conta-se que já nos últimos anos de vida, Eloy, "desprezado" pelo irmão, por ser julgado como um louco, já não possuía recursos para poder dar continuidade ao seu trabalho. Não tinha dinheiro para comprar telas, nem tintas.Num dos seus dias de lucidez (ou não) procurou um velho amigo a quem tinha pintado um retrato da sua filha (a menina em baixo) e pediu-lho emprestado sob o pretexto de o retocar... e então este foi o resultado :-)Quando o entregou... imaginem a cara do homem....

Como nas novelas modernas...podemos escolher um final... o que sugerem? :-)