O Culto do Livro
("biblioteca" - Vieira da Silva)
A modorra vai atenuando, começas a programar o novo "ano lectivo"; deixas de pensar nos copos e saídas nocturnas balançando com jantares íntimos na casa de alguém e o tema de conversa deixa de ser férias...
Ao ler a 6ª - Diário de Notícias - recordo-me do quanto é bom passear com a morraça nas ruas de Lisboa à procura de um "doce"... entrar nas livrarias, pousar a mala e apetrechos no chão e vaguear pelas prateleiras com olhos inquisidores; sentir o cheiro a velho das páginas amarelecidas.
Perco-me, em tempo quase infinito, pelas páginas ao alcance da arte,no tacto de uma encadernação aprumada e milhões de vezes manuseada. Todos têm histórias e envolvências individuais partilhadas; pegares num livro é como conversar com alguém ou muita gente. É uma relação que se estabelece... e única, diga-se!!!
Sentar na alcatifa, ou encostarmo-nos a um balcão com o cheiro da madeira antiga a roer o espaço é como um jasmim acabado de regar... entranha-se e, se permitirmos, acontece uma longa viagem.
Costumava ir muitas vezes à Barateira, na Trindade, conheci "pessoas", "histórias" e cada vez mais de mim... encontrarmo-nos connosco, no silêncio, de um lápis acabado de afiar é uma "aventura".
2 Comentários:
Daqui a nada estás numa biblioteca, a vaguear, com um livro na mão, a fazer beicinho com os lábios de botox e a recitar Eugénio de Andrade: "Os livros...". Got'it?
ahahah...
As palavras de Eugénio de Andrade ficariam melhor na minha boca que na dela, não achas?.. dispenso o botox e beicinho... só...
:-)
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