quinta-feira, setembro 29, 2005

Comemorações do Dia da Música - 1 de Outubro

Os sons invadem a nossa vida todos os dias, a música alimenta o nosso espírito e aviva a nossa criatividade em cada dia. Propomos que durante o mês de Outubro participe nas actividades que lhe oferecemos, que partilhe connosco os acordes que o animam.
Participe ao seu ritmo!

1 Outubro – 21h30
Café e concerto
Com O’Que Strada e FanFIAR
Foyer do Cine-teatro São João

O’Que Strada

Universal e indescritível, a sua sonoridade ousa uma fusão impregnada do espirito do fado, da “pulsão” do ska, do pop, do funáná e de outras histórias que cruzam o seu caminho. Desenham o seu mapa e traçam a estrada no encalço de todos vocês, numa saga de enredo, fugas, amor, mistério e acção...
Esta trupe de 5 músicos, com os seus instrumentos base: a guitarra à portuguesa, a contra-bacia, a guitarra rítmica, a voz e o acordeão, falam entre eles uma língua singular, energética e popular, numa viagem sonora sem fronteiras.

FanFIAR

Da dinâmica do FIAR (Festival Internacional de Artes de Rua) surgem inovações artísticas. O FIAR assegura a sua produção e possibilita a sua concretização.
Esta Fantarra Todo-o-Terreno comporta 6 Músicos/Actores e é um desses projectos.
Com os arranjos de Jorge Salgueiro, figura reconhecida no meio musical português, conjugadas com acções teatrais hilariantes e poéticas, dão a cada actuação um ambiente de festa inesquecível. Uma lufada de ar fresco.

Composição e Arranjos: Jorge Salgueiro
Encenação: Jean-Marc Dercle
Direcção Plástica : Lucília Telmo e José Nova
Produção: Dolores de Matos/FIAR, Associação Cultural
Músicos: Filipa Mendes; Inês Mares; João Cipriano; João Carvalho; Hugo Amaro; Leandro

DançArte

Mini Curso de Dança contemporânea
A DançArte organiza um Mini Curso de Dança contemporânea, com objectivos de divulgar a dança, motivar a sua prática e dotar os participantes de ideias e conceitos gerais sobre a dança de hoje.

A iniciativa orientada por Sófia Belchior e outros bailarinos da DançArte, propõe ateliers de movimento, conversas, propostas de trabalho individuais, uma apresentação pública informal e também os espectáculos convidados da Semana da Dança.

O Mini Curso, para 20 participantes, com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos, com ou sem formação em movimento, decorre em paralelo à Semana da Dança, entre os dias 3 e 8 de Novembro, em horário pós laboral e garante um diploma de frequência.

Participação gratuita.

Mais Informações: DançArte 919695854

Inscrição até dia 14 de Outubro - através de ficha de inscrição em
http://www.passosecompassos.pt/ ou contacto telefónico.

Verão em tempo de guerra

Tenho a péssima mania de guardar "coisas". Consigo acumular bastante papel, desenhos antigos, jornais, flyers, bilhetes de cinema (de filmes memoráveis), cartazes de peças de teatro (que nunca penduro na parede)etc. Sempre que haja um motivo que me desperte eu guardo para recordar.
Hoje, enquanto tomava o pequeno-almoço, e arrumava as coisas à pressa, como é habitual, encontrei um DN, de Agosto 2004)que contém um pequeno artigo da Rosa Lobato Faria acerca do melhor Verão da sua vida - chama-se "Verão em Tempo de Guerra" - ...não resisti a ler,outra vez, nem tão pouco a partilhar.
O texto que vos deixo é um bocadinho denso, peço-vos, no entanto, que o leiam com calma e paciência, para se poderem transportar, como eu o fiz, para o Alto Alentejo, em 1940, em plena 2ª Guerra Mundial e para sentirem as reminiscências genuínas.


" Costumávamos ir para a praia em Agosto e para o campo em Setembro. Mas naquele Verão do ano de 1940 eu tinha oito anos, havia guerra na Europa e tudo foi diferente.
O meu pai, oficial da Marinha de Guerra, foi chamado aos Açores em comissão de serviço, levou com ele a minha mãe e a minha irmã e, para minha grande alegria, deixou-me no Alto Alentejo em casa de uns tios que eu adorava, cuja filha mais velha, com mais ano e meio do que eu, era a minha melhor prima e a minha maior amiga.
Da Guerra não tínhamos a menor ideia. Nesse tempo, não havendo televisão, as crianças era crianças, isto é, poupadas a toda e qualquer notícias de catástrofe. Não houve praia, talvez por causa da guerra, mas sobretudo no calendário da minha vida, para eu aprender coisas que jamais iria esquecer. A distinguir um plátano de uma olaia, por exemplo. Uma poupa de um melro ou de um tentilhão. A aprender o sabor da maçã colhida da macieira, posta a rebrilhar limpando-a no bibe, trincada com dentes recém estreados. A saber as veias que a pele da ameixa tem do lado de dentro, mirando-a a contraluz enquanto o sumo nos escorre pelo queixo. A nódoa do pêssego, a doçura do figo.
A cantiga das mulheres a trabalhar no campo e a poesia que nela há. O desejo de agarrar essa poesia e fazê-la minha, passada a limpo por uma luz que começava a despontar-me a alma.
A amizade, a cumplicidade e o risco partilhado. As coisas proibidas, só nossas, como sairmos da cama às cinco da manhã e ficar na janela do nosso quarto, virada a nascente, à espera do Sol, da pompa e glória do horizonte, da maravilha de dourados e carmesins, da sinfonia dos pássaros, do deslumbramento do amanhecer.
Nunca, em Lisboa, eu tinha imaginado que tais coisas existissem. E mesmo, nos anos anteriores, quando passava o mês de Setembro naquela mesma casa, a minha prima, dona daquelas verdades e ciosa delas, não me tinha iniciado no mistério. Eu era uma menina da cidade que vinha de férias, excluída de todos os tesouros.
Agora sim. Eu pertencia à terra. Sabia como ela cheirava depois da chuva, como ela guardava o grão e o devolvia em espigas, como era fofa quando lavrada, coberta de musgo nos lugares sombrios.
Vi a uva, pisada pelos homens, transformar-se em vinho, vi a azeitona, no lagar, transformar-se em azeite. Vi nascer um vitelo e soube o que era dar vida, vi morrer um cachorro e entendi a existência da morte. Compreendi o trabalho racional vendo um cão reunir, organizar e transportar o rebanho. Observando as formigas num vai-vem laborioso, armazenando o seu celeiro. Conheci ruínas habitadas por fantasmas e percebi as crenças do povo, abeirei-me do sobrenatural.
Vi como tudo era harmonioso na natureza, eterno, equilibrado, e pressenti Deus. Descobri, para tudo ser perfeito, a liberdade. De correr sem barreiras, sem medos, sem horários. A fome trazia-nos a casa à hora certa das refeições, e no calor da tarde retinha-nos quietas, à sombra, a aventurarmo-nos na leitura, outra descoberta prodigiosa. E o fim do dia, no esplendor do poente, a cantiga das cigarras a roer a tarde era a voz mística do silêncio a que só nós tínhamos direito.
Este Verão foi apenas o princípio de um ano inteiro que ali passei. Não seria a pessoa que sou hoje se esse ano não tivesse acontecido. Transporto, desde aí, tudo o que realmente vale a pena."


Rosa Lobato Faria in Diário de Notícias.

Deboche ou pura astenia(mental?)

A propósito das Autárquicas 2005 pode-se fazer um tour pelas estradas portuguesas e fazer as apreciações globais dos cartazes de campanha eleitoral. Não consigo perceber o que se passa na cabeça destes pseudo-políticos. Campanhas absurdas centradas apenas no "adversário principal"; não se vê interesse em ajudar a comunidade pela qual "lutam"... tudo uma questão de interesses (de queimar o outro...). Isto surge porque há uns tempos encontrei um caderninho, de capa preta, quadriculado cheio de autocolantes antigos de várias índoles... não muito partidárias...ok.. tendenciosas :-) mas de um grafismo extraordinário com algumas inspirações rigorosas e pensadas. Hoje o photshop trata de tudo. Tiram o foto ao sujeito e espetam-na na estrada, com direito a lifting e tudo e lá está a brilhante mensagem... por ex: "Vamos continuar com a tradição"... (e vê-se um touro por trás da cabeça do sujeito)... "30 anos do mesmo?" (e um sujeito de sorriso estúpido e braços cruzados)... uma despreocupação total em estupidificar o eleitorado.

quarta-feira, setembro 28, 2005

X Concurso Música Moderna


X Edição do Concurso de Música Moderna de Palmela
O Concurso de Música Moderna de Palmela / Março a Partir é um projecto de parceria entre a Câmara Municipal de Palmela, a Associação Juvenil COI de Pinhal Novo e a RATO - Associação para a Divulgação Cultural e Científica. O C.M.M. atinge em 2005 a sua X edição, em 10 anos mais de 800 projectos musicais de todo o pais foram recebidos, dos quais 108 rodaram pelos palcos do concelho de Palmela, com especial incidência para o palco histórico da centenária SFUA.
8,15,22 e 29 de Outubro na Sociedade Filarmónica União Agrícola em Pinhal Novo.

Apareçam e façam a vossa apreciação.
Transmissão online através do site www.juventudeinteractiva.org

Máquina do tempo



Oficina de Introdução à Arte Contemporânea
A máquina do Tempo tem como objectivo principal o desenvolvimento de pensamento criativo e da compreensão de aspectos fundamentais da arte contemporânea e da evolução que a precedeu ao longo do séc. XX.
É um jogo de arte, é uma viagem... não é um curso de história da arte, nem de novas tecnologias; saber pensar, aguçar a sensibilidade e cultivar a paixão pela descoberta é mais importante que usar uma ferramenta. Os resultados da oficina devem ser produto de dois factores: do seu programa que propõe exercícios com regras pré-definidas, da acção do participante, que tem escolhas a fazer, trabalho a realizar e, sobretudo, ideias, imagens e sensações para dar forma.

Esta oficina realiza-se na Biblioteca Municipal de Palmela nos dias 17,18,20,21,24,24,27, e 28 de Outubro.
Inscrições através do n.º 21 233 85 20 ou cmp.divcultural@mail.telepac.pt até 12 de Outubro.