segunda-feira, outubro 31, 2005

A minha primeira vez ...


...em que participei numa aula de desenho c/ modelo vivo! A especulação entre colegas era demais (porque não fui à primeira aula) e todas as raparigas estavam em 'felgas' porque o primeiro 'artista' tinha sido um rapaz... (algum constrangimento??? tipo-pirilau-à-mostra?, eheheh, uhhhh... ).
Já ia com vontade de rir, sofria por antecipação porque sabia que ia perturbar a aula...ao rir desenfreadamente e nem sequer conseguir respirar. Cheguei atrasada, para variar, (MALDITOS TAXISTAS) e já ia a 'tiritar' nas escadas...passou-me logo quando o professor me deu uma 'piçada' por ter chegado atrasada... "espero que a partir de agora a menina chegue a horas, ou mesmo antes...odeio repetir exercícios," (num tom irado) ainda tentei explicar que vinha do 'outro lado'... mas mandou-me, de imediato sentar. (fui automáticamente remetida aos meus tempos de Liceu, onde éramos todos grandes piratas e só chegávamos, principalmente à aula de francês (a gaja era má), depois do toque ainda com garrafas de sumol e a boca cheia de comida).
As luzes apagaram-se e lá apareceu o modelo vivo, era uma chavala... muito proporcional (desta vez a satisfação foi para os rapazes... porque como cheguei atrasada, só a desenhei de costas... ).
Fizemos exercícios interessantes que me deram cabo da minha coordenação sensorial... tipo: "agora, com o aparo e com o pincel de tinta da china, desenhem o exterior com a mão esquerda e o interior com a mão direita, e tudo ao mesmo tempo" Foi a desgraça total...
No final fizemos, juntamente com a 'profissional' uma revisão de todos os desenhos ... e a crítica foi dura... a rapariga chocada porque lhe colocámos uns belos quilos a mais e até umas estriazitas ...(tudo por causa da mão esquerda). Para não falar nos rapazes que lhes fizeram umas mamoplastias engraçadas :-) Fomos, sem excepção, classificados como psico-killers.

By the way...


WOODY ALLEN AND HIS NEW ORLEANS JAZZ BAND

Vêm a Lisboa, ao Grande Auditório do CCB, no dia 27 de Dezembro... tem um grande senão... os bilhetes rondam os €86.. (iaiks).

OH... ;-(((


Na minha inércia, fui adiando a compra do bilhete para o concerto dos Depeche Mode, dia 9 de Fevereiro no Pavilhão Atlântico... hoje que ia comprar... ESGOTADO!!! Nem queria acreditar, mas sabia, conscientemente, que ia esgotar... mas não achei que fosse já! ... Vou perder um grande concerto e estou muito triste. O novo albúm está espectacular, atravessaram estes anos sem perder a característica inicial da banda... isso é muito bom! Se alguém tiver um bilhetinho a mais...compro, tá bem??? :-(

quinta-feira, outubro 27, 2005

Um comentário pertinente... Platão!!!

teresa said...
(...)parece-me que os Homens ignoram a força de Eros; se conhecessem construir-lhe-iam templos grandiosos e altares, far-lhe-iam sacrifícios sumptuosos; para já nada de tal em sua honra, quando isso é que seria preciso. Ele é, de todos os deuses, o mais filantropo, o protector dos humanos e médico de males que, se fossem curados, resultaria daí a mais perfeita felicidade para a raça dos homens. Tentarei, portanto, expor-vos a sua força e em seguida ensina-la-eis aos outros. Mas devo, em primeiro lugar, falar-vos da natureza humana e das suas paixões. Com efeito, a nossa natureza original não era o que é hoje, longe disso. A princípio havia três géneros entre os Homens e não dois como hoje, o masculino e o feminino; um terceiro era composto dos outros dois: o seu nome subsistiu, mas a coisa desapareceu: então, o real andrógino, espécie e nome, reunia num único ser o príncipio macho e fêmea; agora já não é assim e só o nome ficou como uma injúria. (...)(...) Como disse, tinham uma forma esférica e deslocavam-se circularmente, de acordo com a sua origem; daí derivam também a sua força terrível e o seu vigor. Tendo então concebido soberbos pensamentos , empreenderam (...) subir até ao céu para atacar os divinos. Então, Zeus e os outros deuses deliberaram sobre o castigo a inflingir-lhes. (...) Depois de uma penosa decisão, Júpiter dá finalmente a sua opinião: "Creio que há um meio para que continue a haver homens e para que, tornados menos fortes, estes fiquem libertos do seu desrespeito; vou cortar cada um deles em dois, ficarão mais fracos e, ao mesmo tempo, aumentando o seu número, ser-nos-ão mais úteis, dois membros bastar-lhes-ão para caminhar; e, se reincidirem na imprudência, cortá-los-ei de novo em dois, de modo que terão de andar de pé-coxinho." (...)Uma vez realizada esta divisão da natureza primitiva, eis que cada metade, desejando a outra a procurava; e os pares, estendendo os braços, agarrando-se no desejo de se reunirem, morriam de fome e também de perguiça, porquanto não queriam fazer nada no seu estado de separação. Quando uma metade perecia, a segunda, abandonada, procurava outra a quem se agarrar, quer fosse uma metade mulher completa, quer a metade de uma homem, e a raça extinguia-se assim. Compadecido, Zeus imagina então um meio: desloca os seus sexos para frante - até aí tinha-os atrás, procriando-se e reproduzindo-se não uns graças a outros, mas na terra, como fazem as cigarras. (...) De facto, é desde então que o amor mútuo é inato aos homens, que recompõe a sua natureza primitiva, procura restituir a um a partir do dois e curar essa natureza humana ferida. Cada um de nós é, portanto, como um sinal de reconhecimento, a metade de uma peça, visto que nos cortaram, como solhas, em duas partes; e cada uma vai procurando a outra metade da sua peça (...)Assim, quando os amantes (...) descobriram precisamente a metade que é a sua, é admirável como são emplogados pela ternura, o sentimento de parentesco e o amor; já não consentem em dividir-se um do outro, por assim dizer, um momento que seja. E estes são os que ficam juntos até ao fim da vida e que nem sequer conseguiriam definir o que esperam um do outro! É inverosímil que o prazer físico explique o seu vivo desejo de estarem juntos: é evidente que as suas almas desejam outra coisa, mas não podem dizer, mas que pressentem e insinuam. (...) " O vosso desejo não é assimilar-vos um ao outro tanto quanto possível e não vos deixardes nem de noite nem de dia? Se é isso que quereis, também eu quero fundir-vos, ligar-vos um ao outro e dos dois que sois fazer um só: assim, enquanto viverdes, será como um único ser, com uma vida comum, e quando morrerdes, mesmo no Hades não sereis dois mortos, mas uma única sombra. Reflecti se é esse o vosso amor e se este futuro vos satisfaz..."(...)
Platão, in Banquete

Das Kabinett des Doktor Caligari

Os tempos mudam, as reminiscências fazem-se notar cruelmente (no melhor sentido)...mas obviamente sem conservarem a solenidade e pureza da década, época, estilo, etc... original. Gosto destas fusões, sobreposições de técnicas e atrevimento à capacidade de entendimento das massas. A provocação está na rua e não é de agora... começou há muito, mas só "agora" se exorcizou e tem-se notado algum magnetismo e adesão da parte de muita gente!
As correntes literárias e artísticas têm vindo a ser utilizadas para
inspiração de muitos. Mas para mim o Expressionismo é uma das mais importantes, quase chave mestra para introdução/integração dos outros "ismos". Deixo-vos aqui uma sugestão muito interessante, o filme - "Gabinete do Dr. Caligari" realizado em 1919 por Robert Wiene.
É a obra cinematográfica fulcral do movimento expressionista alemão. Este movimento postulava a substituição da transparência narrativa por um caos fundamental. O filme precipita o espectador num mundo de pesadelo, esquizofrénico, repleto de sombras, enigmas e personagens medonhas. Intriga e mistério...
Os cenários deformados, a maquilhagem violentamente estilizada dos actores e a concepção visual e fotográfica surrealistas conferem a esta obra o estatuto de “única” na História do Cinema.
Trata-se de um rapaz (narrador omnipresente) que conta a outra pessoa a sua incrível história, iniciada num parque de diversões.
Entre as atracções, um bizarro doutor/quase oportunista, ao ponto de fazer da ilusão o seu método científico de pesquisa, exibia em palco um sonâmbulo. Entretanto, desaparecimentos misteriosos são assinalados na cidade, sobretudo à noite. Jane, a namorada do narrador, é raptada em plena noite. O doutor e seu acólito parecem ser os culpados. Mas a realidade depressa toma proporções que se confundem com a imaginação delirante de um louco.
É incrível a fotografia, as expressões das personagens, o movimento e as conclusões que cada um retira do filme...(numa espécie de ludibriação inconstante).
Está à venda na Fnac o DVD, Zona 2 (33€) e julgo que apenas seja possível a importação... mas é uma pérola a não perder!!!

quarta-feira, outubro 26, 2005

Festa Mundial da Animação



Integrado na Festa Mundial de Animação, o CITEN – Centro de Imagem e Técnicas Narrativas do Centro de Arte Moderna, apresenta uma programação de filmes de animação para jovens e adultos no próximo dia 28 de Outubro às 21h30, na Sala Polivalente do CAM/JAP da Fundação Calouste Gulbenkian.

A entrada é gratuita.
Os bilhetes podem ser levantados até às 17h30 do dia 28/10 no CITEN – Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão na Rua Nicolau de Bettencourt, PISO 02.

Para mais informações contactar:
TEL: 21 782 35 05 / FAX: 21 782 30 18 / E-MAIL:
citen@gulbenkian.pt

Programa da Festa :-)

Cartoon d’Or 2004

Concert for a carrot pie
(11’ 37’’, Estónia, 2002)
Realização: Heiki Ernits, Janno Pöldma
Técnica: Desenhos animado
Produção: Eesti Joonisfilm

Uma orquestra composta por gatos interpreta um Concerto para uma Tarte de Cenoura. A avó decide fazer uma tarte de cenoura e pede ao avô e ao neto para irem colher cenouras à horta. A avó tenta dar banho a dois moscardos malvados e acaba por ir parar no meio de um lago. O avô e o neto partem à sua procura.

Fast Film – Vencedor do Cartoon d’Or 04
(14’, Áustria/Luxemburgo, 2003)
Realização: Virgil Widrich
Produção: Virgil Widrich Film
Técnica: Recortes

Um beijo, um casal feliz. A certa altura alguém sequestra uma mulher e um homem parte em sua busca.

La révolution des crabes
(4’50’’, França, 2004)
Realização: Arthur De Pins
Técnica: Desenho sobre papel
Produção: Metronomic

Nas águas pardacentas do estuário de Gironde, entre os rochedos impregnados de petróleo e areia enlameadas que esconde as melhores ostras do mundo, ninguém conhece a tragédia que há vinte milhões de anos suportamos. Somos os Pachygrapsus Marmoratus, mais conhecidos como os caranguejos deprimidos.

L'inventaire fantôme
(9’ 44’’, França, 2004)
Realização: Franck Dion
Técnica: Marionetas e animação 2D
Produção: Les Armateurs

Soms, o beleguim visita um velho homem que colecciona recordações que já ninguém quer. No seu apartamento vazio e miserável o funcionário abre uma porta secreta e descobre uma água-furtada repleta de objectos. Inicia então um estranho inventário…

Through my thick glasses
(13’, Noruega, 2004)
Realização: Pjotr Sapegin
Técnica: Marionetas
Produção: Pravda AS, NFB

Uma menina recusa-se a vestir antes de sair para brincar. Para convencê-la o avô conta-lhe uma estranha história sobre as agruras que passou durante a guerra.


Cartoon d’Or 2005

City Paradise
(5’ 58’’, 2004, Reino Unido)
Realização: Gäelle Denis
Produção: Passion Pictures
Técnica: Desenho, imagem real, 2D e 3D

Ao chegar a Londres, Tomoko está longe de imaginar que está prestes a descobrir um misterioso segredo que a cidade esconde.

Falling
(5’ 58’’, Alemanha, 2004)
Realização: Peter Kaboth
Técnica: Animação 3D
Produção: Peter Kaboth Film

No momento em que dois indivíduos caem, o tempo suspende-se por uma fracção de segundo e as pessoas que passam pensam no sentido da vida.

Flatlife
(11’, Bélgica, 2004)
Realização: Jonas Geirnaert
Argumento: Jonas Geirnaert
Técnica: Animação sobre acetato
Produção: Hogeschool Gent - Kask

Quatro pessoas perfeitamente comuns tentam levar a cabo os mais banais afazeres quotidianos: pendurar um quadro na parede, construir um castelo de cartas, lavar a roupa e ver televisão. Qual é o problema? Estas pessoas vivem lado a lado, num prédio com divisórias caprichosas!

Prémio do Júri para melhor curta-metragem no festival de Cannes.

Jo Jo in the stars - Vencedor do Cartoon d’Or 05
(12’, Reino Unido, 2003)
Realização: Marc Craste
Técnica: Animação digital
Produção: Studio Aka

Num universo frio e violento, dois apaixonados batem-se desesperadamente contra aqueles que pretendem destruir a sua relação. Amor, abnegação, heroísmo e inveja num mundo simultaneamente pesadélico e sedutor.

Little Things
(11’, Reino Unido, 2004)
Realização: Daniel Greaves
Argumento: Daniel Greaves
Técnica: Desenho, Animação 2D
Música: Russell Pay
Produção: Tandem Films Entertainment

São os pequenos nadas que mais nos tiram do sério. Aquelas insignificâncias quotidianas de um mundo disfuncional onde todos temos as nossas pequenas manias. Poderá um fenómeno apocalíptico subverter esta situação, ou as nossas manias estão de tal forma cimentadas que nos é impossível mudar?


Cartoon d'Or 2004 e 2005
Título
Duração
Técnica
Públicos
Diálogos
Concert for a carrot pie
0:11:37
Desenho
todos os públicos
canção
Fast Film
0:14:00
Recortes
todos os públicos
sem diálogos
La révolution des crabes
0:04:50
Desenho
todos os públicos
legendado em português
L'inventaire fantôme
0:09:44
Marionetas, animação 2D
todos os públicos
legendado em português
Through my thick glasses
0:13:00
Marionetas
todos os públicos
legendado em português
City Paradise
0:05:58
Desenho, imagem real, 2D e 3D
jovens e adultos
diálogos em inglês
Falling
0:05:58
Animação 3D
todos os públicos
sem diálogos

"Pata na Poça" parte II


Pois é... ontem recebi um telefonema da direcção do festival de BD da Amadora a informar (que queridos) que o meu assunto não estava esquecido e que irá ser resolvido com a maior brevidade. Terei que providenciar à loja Camper uma factura pró-forma de comprove o valor (€130) das botas, a conversa estava a correr muito bem, a senhora desculpava-se de 2 em 2 min. com o sucedido e pelo director do festival ainda não ter dado "sinal de vida" por andar "assoberbado" com reuniões, daqui, dali, etc. Tudo muito bem, correctíssimos pedindo que dirija, novamente à Amadora, para entregar a factura e as botas... "O QUÊ?" querem as botas? para que finalidade? SÃO MINHAS... podem estar estragadas mas nem que sirvam para andar por aí, como "aquelas que não são para ir à rua", nas caminhadas, adaptar umas barbatanas e dedicar-me ao pseudo-surf, onde eu quiser... não têm nada a ver com isso!!!!! "Pois, mas a nossa política é essa; o seguro da exposição cobre eventuais "acidentes" (INCLUSIVÉ ESTRAGAR A ROUPA DA MALTA) mas os artigos ficam cá...." disse-me! (já estou a imaginar um armazém cheio de "adereços" para futuros eventos?! - catalogados como: "coisas que a gente estragou") ripostou a senhora, que de repente deixou de ser simpática e claro, eu também já não me desfiz em compreensão, rangi o dente canino e alterei o tom de voz.
"Sabe, é no ano passado houve uma senhora que sujou umas calças com tinta (OH MEU DEUS NEM TOMAM O ASSUNTO COMO EXEMPLO??? Qual é a ideia?) ainda por cima, imagine a nossa sorte, eram umas Versace, nada baratas e as calças ficaram connosco" - disse-me.
Não me interessa esse assunto... ficam com as coisas para quê? fazer calços para meter nas mesas de café?, porta-chaves, para oferecer no Natal? (pois a reciclagem é importante e até se poupam umas massas), dar aos pobrezinhos? RAIOS PARTAM AS BUROCRACIAS BARATAS E ENFADONHAS!!!
Prefiro ficar com as botas assim e não me pagarem nada, por outro lado gostaría que servisse de exemplo (PUNIÇÃO TENEBROSA, MUAH AHAH AHAH) para terem as "montagens/pinturas" prontas antes da inauguração.
Enfim, o director vai-me telefonar hoje e vou tentar dar a volta.
Cenas dos próximos capítulos.... DECO??!!!! :-)

segunda-feira, outubro 24, 2005

"A Pata na Poça"


Na sexta-feira passada fomos ao Festival de Banda Desenhada da Amadora que, para quem não saibda fica na Estação de metro da Falagueira (Amadora-Este) com 2500 metros de "quadradinhos" e locais de venda de livros da índole. Este festival tem um caracter nacional e internacional.
A viagem de metro foi longa e exorcizei algumas dúvidas sobre os mendigos, coitadinhos que andam a pedir; principalmente um que na primeira que o vi deu-me volta ao estômago de revolta e "pena" (odeio esta palavra). E não é que o rapazito que tem a coluna partida e anda corcunda com um ar muito sofrido nas zonas a pedir dinheiro ENDIREITA-SE PERFEITAMENTE? e sai do metro com uma pacificidade, como se nada fosse, que me dá vontade de o espancar... fingido...
Anyway, chegámos, finalmente, ao Festival e estava prestes a começar uma "encenação" baseada numa BD sobre o sonho (era um pesadelo, de certeza) muito contemporânea? (sem piada). Assistimos e ainda se ouviam os últimos preparativos para a inauguração, martelos...muito suaves.... toc toc toc.. "Ok, isto não está pronto, qual é a ideia? esqueceram-se que era hoje?"
O teatrinho foi fraquito para não falar na banda sonora que os acompanhava na rábula... completamente... nem sei descrever, ou melhor... os senhores da mesa de mistura deviam estar sob o efeito da tinta que tresandava no ar e forneciam-nos/lhes os maiores "pregos". Na minha opinião nem sequer ensaiaram porque os vários episódios não tinham uma continuidade musical e mística (que deveria ser a ideia deles... suckers). Se o Pescador lá estivesse rebentava de orgulho, eheheh. Eh pah, mas será que não se consegue fazer nada com jeito e PROGRAMADO PREVIAMENTE???? Bem, as luzes acenderam-se e começámos o tour pelo espaço. Comentávamos "não te encostes a lado nenhum... pela broca a furar pladur e martelada no ar, isto ainda deve estar MESMO fresquinho". Várias editoras estavam presentes e algumas ainda não podiam vender: "como é que é... eu já não venho cá...se quiser comprar um livro, hoje, não posso?" - "Só a partir de amanhã" .... aaargh!!!
A parte da BD estava muito boa, fiquei surpreendida com alguns trabalhos e alguma mistura de técnicas e foi por causa dessa mistura de ecoline e tinta da china que me aproximei de um quadro (uma armadilha...), que retratava uma espécie de Capuchinho vermelho vs Barbie nos bosques, que o meu pé resvalou para o que inicialmente (1ºs segundos) parecia chão irregular. Confirmou-se, mas o que não teve piada é que essa irregularidade era um 'LAGO' DE TINTA PLÁSTICA branca (sniff)... fiquei furiosa e tentei limpar... mas não saíu. Chamei uma assistente, que se pirou quando lhe mostrei a bota... mas lá fui falar com a direcção e prometeram resolver-me o problema... "yeah U better mister" ...
Saímos e lá fizemos aquela longa viagem de metro outra vez até ao Chiado. Mesmo antes das portas fecharem entra um sujeito com umas correntes na mão e um género de coleira e sentou-se mesmo à minha frente com um ar de psicopata e com uma legenda de "Hannibal Lecter" ... Uhhh, até sair eu parecia tofu. nevermind... a saída do metro foi mesmo uma correria... comprámos, sem intenção, bilhetes simples e tivemos que sair dois a dois... nunca corri tanto nas escadas rolantes... "pssst oh meninos...têm que comprar bilhete"...
Aproveitem o Festival. Atenção às poças!!! :-)=

terça-feira, outubro 18, 2005

O Homem da Muleta


"Quem anda de muleta, quem se apoia nela?
nem todos. Há quem não saiba nem nunca venha a saber o que é uma muleta.
E evitamos olhar para um homem de muleta. Pois receamos que um dos dois acabe por revelar embaraço.
Embaraço pela sua perfeição (superioridade) ou pela imperfeição (dependência).
Mas há um outro ponto de vista.
O do deficiente e o do não-deficiente. O artista é deficiente. Não se diferencia dos outros por ter alguma coisa (ex. talento) mas sim, por alguma não ter.
A ter alguma coisa, então justamente a muleta. A muleta, eis o símbolo da deficiência.
Mas há outro ponto de vista. O do resignado e o do que não se resigna. A muleta é então um símbolo de convicção (determinação). Mas há, ainda, outro ponto de vista. O da humildade e da alegria.
Não a muleta mas a atitude para com ela. É isto que decide. Ou ainda há mais um ponto de vista? "

Petr Rezek

segunda-feira, outubro 17, 2005

Animé


O Castelo Andante é o mais recente filme de Hayao Myasaki, que com 64 anos, ainda se assume como uma criança contradizendo a imagem dos cabelos brancos no espelho. Heidi, que a propósito faz 32 anos, Marco são histórias europeias que a Nippon animations deu vida. O eterno fascínio pelo ocidente! Conan, o Rapaz do Futuro, Princesa Mononoke e A Viagem de Chihiro são outras das maravilhas realizadas por HM. Além da aventura que se entranha na delícia, em comum estas animações têm a coragem, a descoberta do mundo e o explorar de sensações que as emoções comportam. Todas elas passam por processos de crescimento e mudança num horizonte estimulante e criativo. Estou ansiosa por ir ver :-)))

sexta-feira, outubro 14, 2005

1000 Imagens


Informaram-me, hoje, que saíu um livro em homenagem ao Vasco Granja, pela editora ASA. O preço é um bocadito puxado mas para quem gosta, de certeza, que a delícia renderá o custo. (€27)
Quem não se lembra dos bonequinhos feitos de plasticina, da introdução da animação de leste e da figura carismática do Vasco Granja, da voz inconfundível e da sua adoração e empenho na difusão de variados temas abordados.
É importante não esquecer estas pessoas que tiveram uma importância fulcral. Este livro já deveria ter sido editado há muito mais tempo.
Depois de Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal terem morrido, alguém se lembrou que o tempo passa depressa e que outros também já envelheceram. O reconhecimento é bom... mas não é preciso deixar passar tanto. A capa está muito gira, a caricatura feita aqui expressa mesmo a pacificidade desde homem que se deixou envolver pelo desenho animado e que foi tocado pela magia.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Ilustração/BD


Ao longo dos tempos vamos deixando coisas por fazer, objectivos por concretizar e ideias apenas no alinhavo...
Finalmente decidi-me! vou fazer o curso de ilustração e banda desenhada da Ar.Co. Era já esse o meu objectivo há 10 anos mas não se proporcionou.
Este Verão abdiquei das minhas férias para fazer o workshop, só para sentir, de novo, a tinta entranhada nas mãos, o toque do papel e de outros materiais mais e menos nobres... a correria pelas lojinhas da índole e novas vontades e ideias brotaram com a segurança de que é isso mesmo que quero fazer.
Tenho mesmo a certeza que não se pode viver com 'histórias' entaladas na goela; são estas pequenas coisas que enchem e preenchem e nos dão 'continuidade'.

O meu companheiro de aventura continua e será sempre o Conan, eu acho que 'ele' foi o responsável pela minha entrega à animação. Eu queria ser como ele,... mas infelizmente ainda não sou dotada de uma grande caixa toráxica para aguentar 'tempos' debaixo de água nem tenho a flexibilidade para pescar, pendurar-me em parapeitos com os dedos dos pés.

Ele é um corajoso que correu, sempre, sem medos, e com uma grande vontade de se divertir, atrás do seu objectivo...neste caso era a Lana... é assim que temos de viver!!!

segunda-feira, outubro 10, 2005

E caíu...


...com toda a intensidade.
Dada a severa seca que atinge o país... comemoremos...a dançar, cantar e agarrados aos postes de electricidade?! :-\ para que se estabilize o húmus.

quinta-feira, outubro 06, 2005



Um dia, uma amiga deu-me este poema num papelinho, anexado a um livro, que me ofereceu, por altura do meu aniversário. Isto porque tenho uma adoração pela chuva que é inexplicável. Quando todos reclamam que está a chover e que as núvens bloqueiam o sol, que se sentem deprimidos e odeiam sair à rua quando assim é... eu fico simplesmente e especialmente feliz!
Desde miúda que me esquecia dos chapéus de chuva, na escola, no autocarro, onde fosse... aguardando pela impaciência dos meus pais para pararem de mos comprar. Sempre adorei senti-la na pele, ria baixinho sempre os outros praguejavam e corriam para se abrigar dela. "Actua-me" como um alimento num estômago vazio.


Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas...

Talvez um dia entenda o teu mistério...
Quando inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!

Florbela Espanca


Calor Humano

Na passada 3ª feira, dia 04 de Outubro, o Lux festejou o seu 7º aniversário e a festança esteve ao rubro. Depois de forrar a vontade com sushi (hummmm...sushi), aquecer com o wasabi e molhar conversas no chá verde, fomos descobrir qual era a nossa porta.O conceito de envolver e dinamizar as lojas envolventes, da área, foi uma grande ideia. 7 lojas (cada uma com o seu tema), 7 portas, pelas quais as entradas foram distribuídas. A ligação à discoteca era feita por um "túnel" desde a Loja da Atalaia até à entrada do Lux. Quem entrava pela sneakers delight tinha que percorrer um longo caminho até ao "epicentro". Havia tanta gente que era impossível a não formação de filas para atingir qualquer metro de espaço ou finalidade. O bar estava completamente atolado, filas nasciam em qualquer canto, para arranjar uma bebida (bar aberto, huh?) e até uma simples ida à casa de banho, fosse homem ou mulher, tornou-se insuportável.. (ai a ida ao WC... desespero incontornável, eheheh) o acesso ao terraço ou à discoteca ou à rua tornou-se numa odisseia (pareciam formigas...muitos com 2 copos em cada mão... o cúmulo de quem vai ao bar e como a fila é tão grande e a bebida é de graça houve várias alminhas que sacrificaram as manitas para carregar vários copos e não perder tempo) : " são 8 vodkas, sff..."
Os Dezperados, como sempre, tiveram no seu melhor. Uma excelente selecção musical, algumas anotações antigas e muito braço no ar. Pessoalmente não gosto de estar em sítios muito cheios onde "o ar é de todos, o ar é de todos!!!" porque parece que onde estou é sempre ponto de passagem... encontrão aqui, puxão ali...AAAAAARRRRRRRRRRGGGHHH... torna-se deveras incomodativo, mas estava toda a gente muito descontraída e com imensa vontade de se divertir! Cool huh?

"You gonna want me..."

segunda-feira, outubro 03, 2005

Cosmopolis


Festival de Música Electrónica
Um cartaz muito cheio e variado... DELIA GONZALEZ & GAVIN RUSSON, uma dupla interessante... tive o "prazer" de os ver(sim, porque já não conseguia ouvir) no Sudoeste, este ano, na DFA showcase. Foi uma sexta-feira intensa, de viagem, de emoções musicais e para acabar, estes senhores, que tocaram por volta das 05 da manhã, dão um concerto inesquecível. Já tinha os olhos a meia haste, o cansaço era enorme e ainda me esperava uma viagenzita para norte. Não me vou esquecer desse concerto. Muito experimentalistas, estáticos junto dos seus "orgãos" com um ar muito clean e envolvidos num mundo....só deles.
Para quem ainda não os ouviu, vale a pena!?...
http://cosmopolis.magicmusic.info/programa.php

da minha janela...


Este é um dos quadros que mais aprecio. Talvez pela história e peripécia nele contida/escondida :-)
Há uns meses participei num workshop na Gulbenkian sobre o expressionismo e Mário Eloy tornou-se personagem principal nas conversas que se seguiram. Conhecia pouco da sua obra exceptuando os auto-retratos que sempre achei muita na onda de Almada Negreiros...ambos têm traços semelhantes.As suas obras eram dotadas de uma grande riqueza, quer na pigmentação cromática, na expressão e na própria alma. Podem visitá-las no CAMJAP (Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão) na Gulbenkian.
Conta-se que já nos últimos anos de vida, Eloy, "desprezado" pelo irmão, por ser julgado como um louco, já não possuía recursos para poder dar continuidade ao seu trabalho. Não tinha dinheiro para comprar telas, nem tintas.Num dos seus dias de lucidez (ou não) procurou um velho amigo a quem tinha pintado um retrato da sua filha (a menina em baixo) e pediu-lho emprestado sob o pretexto de o retocar... e então este foi o resultado :-)Quando o entregou... imaginem a cara do homem....

Como nas novelas modernas...podemos escolher um final... o que sugerem? :-)

De Battre mon Coeur s'est Arrêté ...


De Tanto Bater o Meu Coração Parou é um filme simples e bastante "arrumado".
É a história de um sujeito que entra em conflito consigo mesmo nos meandros da agressividade e quotidiano pouco vulgar, comprometedor e perigoso entre a sonoridade de um piano e da sensibilidade única do mesmo e na saudade da mãe. Determinado Thomas decide aperfeiçoar-se e procura aulas de piano com uma brilhante pianista recém-chegada de Pequim... e a única forma de comunicação é a música. :-) Um filme com bons momentos. Não deixem de ir ver!!!
http://www.wellspring.com/movies/movie.html?movie_id=63